Santuário de Nossa Senhora da Abadia, Amares
Nesta página:
I . História
II . Descrição
III . A Confraria de Nossa Senhora da Abadia
IV . Nossa Senhora da Abadia
I . HISTÓRIA
O Santuário da Senhora da Abadia está situado em pleno vale da Serra do Gerês, junto ao rio Nava, a cerca de 4 km do antigo Mosteiro de Santa Maria do Bouro, enquadrado numa região de grande beleza natural.
A origem do Santuário está envolta em grande incerteza. No Monte de São Miguel teria havido, no século VIII, um eremitério de monges – o Mosteiro das Montanhas - que, perante a invasão muçulmana, foi arrasado e destruído: (…) Mosteiro de Monges Bentos cujo princípio ou fim não sabemos, mas parece o assolaram os Mouros, ou ficaram desamparados por falta de sustento, como a muitos tem sucedido (1).
Durante a reconquista, o eremitério de São Miguel teria reflorescido. Há notícia da ida de Egas Pais, no final do século XI, ao Mosteiro das Montanhas pedir religiosos para a fundação do Mosteiro de Rendufe.
Quando o Conde D. Henrique entrou em terras do que seria depois Portugal, cerca de 1090, vinha acompanhado de vários nobres, entre eles D. Paio Amado. Este, com a dor provocada pela morte de sua mulher, resolveu retirar-se da corte e recolher-se no antigo eremitério junto da Ermida do Arcanjo São Miguel em que assistia (Frei Lourenço) um Ermitão ou Monge Bento de exemplar vida (1).
Foi D. Paio Amado quem, segundo a tradição, encontrou uma imagem da Virgem, provavelmente escondida durante o período de domínio muçulmano, como foi frequente em muitas terras de toda a Península Ibérica.
Foi construída uma ermida no local onde foi encontrada e colocada a imagem. Rapidamente alastrou a devoção por toda a região, crescendo também o número de eremitas pela vinda de mais cavaleiros da corte.
O Arcebispo de Braga, vindo pessoalmente visitar a ermida, deu ornamentos para o altar, que então estava feito, e à sua custa mandou fundar uma Igreja de pedra lavrada e de boa grandeza (4).
D. Afonso Henriques concedeu avultados donativos para reparar a igreja e os altares, bem como para sustento dos religiosos, doando ao mosteiro – designado como Monasterio Sancte Marie et Sancti Michaelis - os dízimos do sal produzido nos talhos de Fão e o senhorio da Vila de Santa Marta do Bouro em 1157.
Em 1162, foi lavrada uma outra escritura referente ao couto, por a primeira ter desaparecido num incêndio.
Eu Dom Afonso Rei de Portugal em companhia de meus filhos fazemos Couto a vós Dom Payo Abade de Bouro, e à vossa ermida, e a vossos sucessores para sempre, assim como tínhamos feito ao outro Abade. E porque a escritura da doação, e as vossas casas padeceram incendio, não sofremos que por esta causa ficasse extinto aquele couto, e se frustrasse a nossa esmola, que com o favor de Deus tínhamos dado. (3)
Provavelmente após o incêndio, cerca de 1169, os monges desceram da Abadia, deslocando-se para um lugar um pouco mais abaixo. O Mosteiro tomou o hábito e a regra de São Bernardo, com a invocação de Santa Maria do Bouro, segundo a tradição cisterciense, estando afiliado à Abadia de Alcobaça.
A primitiva igreja da Senhora da Abadia - onde se venerava a imagem descoberta por D. Paio Amado - manteve-se no lugar, continuando a pertencer e ser atendida pelos monges de Santa Maria do Bouro. Segundo Frei Bernardo de Brito (1569-1617) essa igreja de boa grandeza (…) dura até aos nossos dias com mostras de muita antiguidade (4).
E, ao redor desse primitivo núcleo, foi tomando forma o aglomerado populacional que é actualmente a freguesia de Santa Maria do Bouro. Fundou-se também em data incerta a Confraria de Nossa Senhora da Abadia.
Na primeira metade do século XVII, iniciou-se a construção de uma nova igreja, mais ampla e de modo a acolher a grande romagem que se fazia por essa altura, bem como as casas destinadas aos romeiros – os Quartéis.
Em 1725, o templo deveria estar concluído, como consta na data da fachada. Entre 1725 e 1800, construíram-se as Capelas de Peregrinação – da Via Sacra e de Nossa Senhora.
As obras de melhoramento continuaram nos períodos seguintes: em 1788, foi substituído o retábulo do altar-mor; em 1797, foi introduzido o órgão do Mestre Manuel de Sá Couto.
Em 1834, com o decreto de extinção das ordens religiosas, os monges saíram do Mosteiro de Santa Maria do Bouro, deixando de atender a igreja da Senhora da Abadia. Todos os bens foram vendidos, e o santuário ficou reduzido ao edifício do templo e aos terreiros destinados a receber os romeiros e visitantes. O culto ficou a cargo de um capelão.
Em meados do século XX, o Real Santuário de Nossa Senhora da Abadia encontrava-se isolado e era grande a sua ruína, sendo muito pequenos os rendimentos da confraria. Iniciaram-se os principais restauros, graças aos numerosos donativos, que vieram de toda a região e também das regiões de além-mar, nomeadamente do Brasil, para onde tinham emigrado muitos nortenhos.
Em 1973 a igreja foi classificada como Imóvel de Interesse Público.
Em 1986, foi aberta uma gruta – a Gruta da Aparição – junto ao santuário, no local onde, segundo a tradição, foi encontrada a imagem da Virgem; e onde se colocou uma réplica de Nossa Senhora da Abadia, a comemorar a sua descoberta por D. Paio nos longínquos anos do século XI.
Em 1990, foi inaugurado o Museu Etnográfico e de Arte Sacra.
Actualmente o Santuário de Nossa Senhora da Abadia - e toda a deslumbrante envolvência -, encontra-se restaurado e preparado para acolher a imensa multidão de peregrinos e visitantes que continua a deslocar-se aí todos os anos.
II . DESCRIÇÃO
O Santuário, a que se ascende por um caminho pontuado por várias capelas, ergue-se no centro de um vale, com grande parque arborizado e inúmeras cascatas.
A imponente fachada principal da igreja está ladeada por duas torres, tendo também um átrio segundo a tradição dos santuários de peregrinação. Na fachada posterior, encontra-se um admirável nicho em pedra, emoldurado com cabeças de querubins, com imagem da Virgem Maria, em terracota.
Na frontaria, destaca-se a tribuna ao centro, local onde se celebrava a Missa em tempo de romaria e com acesso pelas torres laterais. Está limitada por arco abatido na parte superior, com o escudo mariano – monograma de Maria e coroa sustentada por dois anjos. No interior tem as paredes revestidas por azulejos do século XVII, uma composição de tapete, e pinturas murais na cobertura; ao centro encontra-se a imagem da Senhora da Abadia.
As altas torres sineiras, de grande imponência, ladeiam o núcleo central. Destacam-se os mostradores dos relógios inscritos em cartelas decoradas com volutas.
Os possantes arcos frontais estão encimados também por cartelas com a data de 1725 – data de finalização desta fachada. O arco central tem o escudo da Congregação de Santa Maria de Alcobaça da Ordem de Cister – da qual dependia o Mosteiro de Santa Maria do Bouro, e portanto também esta igreja.
O acesso ao templo é feito através da galilé, um admirável espaço aberto, com abóbada de nervuras. Tem três portais de acesso à igreja, tendo o central, na parte superior, a data de 1644 – correspondente à nova edificação - e legenda:
1644 MAGNA ERIT GLORIA DOMVS ISTIVS NOVISSIMAE PLVS QVAM PRIMAE AGGAVS PROPAAETAEA CAP 2º
(A glória desta última casa será maior do que a da primeira Profeta Ageu, Cap. 2º)
No frontão triangular está representada uma pomba – símbolo do Espírito Santo.
O interior da igreja é amplo, espaçoso, com três naves cobertas de cruzaria de ogivas, as janelas e os arcos ornamentados com sanefas em talha dourada e policromada.
À entrada encontra-se um admirável guarda-vento policromado e, na parte superior, um óculo actualmente entaipado – possivelmente correspondente à rosácea da construção primitiva, e a data de 1741. Superiormente destaca-se a grande sanefa em talha também policromada, com o símbolo do Espírito Santo ao centro.
As paredes estão revestidas de azulejos do final do século XVII, provavelmente de fabrico portuense.
Um gradeamento em ferro forjado ladeia a nave central.
Tem quatro capelas laterais, confrontantes, semelhantes, também em talha pintada de vários tons. Do lado direito encontram-se as capelas de São Brás e de São José; e, do lado esquerdo as capelas de São Sebastião e Santo Amaro.
Destacam-se também dois nichos laterais, embutidos na parede, de Nossa Senhora da Abadia com a imagem peregrina - que sai nas procissões – e, no lado oposto, de Nossa Senhora de Fátima.
Notável é também o magnífico púlpito, em talha dourada e policromada, com cartelas de querubins.
O arco triunfal está encimado igualmente por um grande sanefa, à semelhança da parede fundeira. Tem duas capelas colaterais dedicadas a Santo António e a São Lourenço. Esta é de grande devoção neste santuário - memória possível de Frei Lourenço, o antigo eremita deste lugar associado à descoberta da imagem de Nossa Senhora.
Lateralmente encontram-se peculiares caixas de esmolas com pintura da Senhora da Abadia.
Uma admirável grade de ferro forjado tem um escudo português e cisterciense, encimado por coroa.
Na capela-mor destaca-se o majestoso retábulo, que em 1788 substituiu o anterior – que se encontra actualmente na igreja de São Julião dos Passos.
O retábulo-mor ocupa a totalidade da parede fundeira. Ao centro, encontra-se o camarim com a veneranda imagem da Senhora da Abadia - que não é a primitiva - possivelmente do século XIV; e à qual se pode aceder por meio de escadaria lateral. As imagens de São Bento e de São Bernardo – particularmente associados à fundação deste santuário – ladeiam o camarim. No remate do espaldar encontra-se uma cartela com as iniciais AM encimada por coroa - alusivo a Nossa Senhora Rainha.
O admirável altar-mor, ainda do século XVII, com frontal em mármore branco de embutidos, tem ao centro um medalhão com a Virgem Santíssima e o Menino. Na moldura encontra-se a inscrição CAROLVS HERNANDES MEDIOLANENSIS DEDIT ANNO DE 1687 (oferecido por Carlos Fernandes milanês no ano de 1687).É obra do Pe. Frutuoso da Costa, segundo legenda no canto inferior esquerdo: FECIT: PATER FRVTVOSUS A. COSTA.
O histórico órgão de tubos do Mestre Organeiro Manuel de Sá Couto (1768-1837), de 1798, é uma peça valiosa. Todo policromado, a base incorpora uma peculiar carranca mecanizada - a língua estende-se quando o órgão é tocado – à semelhança de outros órgãos da mesma época.
Diante do santuário, para a parte poente, estende-se um amplo terreiro, que permite o acolhimento dos numerosos peregrinos que aí acorrem nas principais festas.
O cruzeiro, no centro do largo, obra de 1795, tem escultura de Cristo Crucificado no remate, de José Ribeiro, escultor de Cervães.
Ladeando o terreiro encontram-se os antigos Quarteis, edifícios destinados a abrigar os romeiros, particularmente durante as grandes peregrinações.
No quartel do lado Norte, está instalado o Museu de Arte Sacra, inaugurado em 1990, que além da estatuária e alfaias destinadas ao culto, inclui também peças de etnografia e artesanato da região.
No recinto do santuário encontra-se a Gruta da Aparição, assinalando o local onde, segundo a tradição, foi encontrada a primitiva imagem de Nossa Senhora por D. Payo Amado, com uma réplica da mesma imagem.
Na continuação do largo encontra-se o Coreto, de planta octogonal, e o Obelisco, inaugurado em 1987, monumento de homenagem a todos os generosos doadores que contribuíram ao longo dos séculos para a conservação do Santuário.
No percurso até à igreja encontram-se as Capelas de Peregrinação- conhecidas popularmente como os Calvários da Senhora da Abadia - ao longo de cerca de 1 km, caminhos penitenciais e de peregrinação dos romeiros.
São 15 capelas dedicadas ao caminho da Paixão e à Vida de Maria. Construídas ao longo do século XVIII, foram restauradas na última década do século XX, cada uma por um benfeitor particular.
As capelas da Vida de Maria, construídas entre 1742 e 1800, são hexagonais, com pórticos de moldura recortada: 1) Nascimento de Nossa Senhora; 2) Apresentação de Nossa Senhora no Templo; 3) Desposórios de Nossa Senhora com São José; 4) A Anunciação; 5) Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel; 6) Nascimento do Menino Jesus em Belém; 7) Adoração dos Reis Magos; e 8) Fuga para o Egipto, no terreiro.
As capelas da Via Sacra, construídas a partir de 1725, são mais pequenas, quadrangulares: 1) Agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras; 2) A Flagelação; 3) A Coroação de Espinhos; 4) Ecce Homo; 5) Queda de Jesus no caminho do Calvário; 6) Jesus é despojado das Suas vestes; e 7) Calvário, também chamada Capela de Santa Maria Madalena, de maiores dimensões, situada em lugar cimeiro.
O Santuário tem uma maravilhosa envolvência de vegetação, com numerosas cascatas, quedas de água, lagoas…
Várias fontes estão assinaladas, nomeadamente a fonte do Anjo São Miguel.
Encontram-se ainda vestígios de antigas azenhas.
Enquadrada nas montanhas rochosas do santuário, fica o outeiro de São Miguel, no local onde, segundo a tradição, se localizava ermida primitiva.
III . A CONFRARIA DE NOSSA SENHORA DA ABADIA
A Confraria de Nossa Senhora da Abadia, actualmente responsável pelo Santuário, é muito antiga. Não se conhecendo ao certo a data do seu início, uma Bula do Papa Inocêncio X de 1644 confirmou a sua existência.
A referencia à Confraria também foi registada em 1793, quando o Papa Pio VI concedeu que o Altar mór (…) do Sanctuario de Nossa Senhora da Abbadía (…) seja privilegiado, e que todas as vezes que qualquer Sacerdote secular; e de qualquer Ordem, Congregação, e Instituto Regular nelle celebrar Missa de defuntos pela Alma de qualquer Confrade ou Confrada da Confraria da mesma Nossa Senhora da Abbadia, que desta vida passar unida a Deus em charidade, que essa mesma alma alcance Indulgencia do Thesouro da Igreja por modo de suffragio.
Em 1834, por efeito do decreto de extinção das Ordens Religiosas, as referências à Confraria despareceram, ficando o Santuário sob a tutela do poder civil.
No final do século XIX, organizou-se uma Comissão Instaladora da Confraria de Nossa Senhora da Abadia. Em 1886, foram aprovados os Estatutos e, a 13 de Agosto do mesmo ano, realizada a instituição canónica pelo Arcebispo Primaz D. António Honorato.
Em 1920, os estatutos foram reformados, mas só em 1942 foram publicados.
A acção da confraria ressurgiu pelos esforços do Pe. Francisco Antunes de Almeida (1951), reitor do Santuário e Capelão da Confraria, promovendo a sua acção no domínio da conservação e restauro do Santuário.
Em 15 de Agosto de 1987, foi inaugurada a Pirâmide Monumento, pela Confraria, como forma de homenagear todos os que, ao longo dos tempos, contribuíram com donativos.
A Confraria tem a seu cargo a promoção do culto e veneração de Nossa Senhora da Abadia, particularmente das cerimónias religiosas nas festas no mês de Maio e a de 15 de Agosto; e entre muitas outras obrigações, a administração zelosa dos bens, nomeadamente dos inumeráveis donativos que, ao longo dos séculos, aportaram ao Santuário, vindos não só da região, como de toda a diáspora minhota, particularmente do Brasil.
IV . NOSSA SENHORA DA ABADIA
O culto e a veneração pela Senhora da Abadia teve origem, segundo a tradição, na descoberta de uma imagem da Virgem Maria, escondida numa gruta nas montanhas do Bouro da serra do Gerês, por Frei Paio Amado, monge do eremitério de São Miguel.
Saindo uma noite Payo Amado fora da cela, viu no meio de um vale, que ficava abaixo da ermida, grande claridade. E dando disto parte a seu Mestre (…). Em amanhecendo foram ao dito lugar (…) e acharam no meio (dos penedos) uma devota imagem da Virgem Nossa Senhora (2).
Frei Payo e Frei Lourenço mudaram as celas para aquele lugar e aí construíram uma ermida onde colocaram a santa imagem - no lugar onde ainda hoje é venerada - apelidada Nossa Senhora da Abadia, invocação que tomou dos Abades Bentos que ali viveram em comunidade com mais monges (1).
Rapidamente começou a acorrer ao local muito povo e, com a fama das graças recebidas pela intercessão de Nossa Senhora da Abadia, a ermida tornou-se pequena para albergar os peregrinos, sendo construída uma nova igreja.
Em direcção ao Santuário, desenvolveram-se as romarias, com caminhadas penitenciais, num percurso – cerca de 4 km -, pontuado pelas capelas e cruzeiros de peregrinação, associando a Via Mariana à Via Sacra.
A devoção a Nossa Senhora da Abadia cresceu intensamente em toda a região do Minho, sendo durante séculos um dos centros de maior peregrinação em todo o Norte de Portugal. Local de paragem dos peregrinos, desde tempos mais remotos, a caminho de Santiago de Compostela e também, posteriormente, a caminho de São Bento da Porta Aberta, santuário situado a poucos quilómetros.
No século XVIII, a devoção extravasou para a América do Sul, particularmente no Brasil, por via dos emigrantes nortenhos.
A devoção popular manifestou-se de variadas formas. Ao Santuário acorreram – e acorrem - inumeráveis peregrinos a pedir ou a agradecer graças concedidas por intercessão da Senhora da Abadia. Uma das formas peculiares de agradecimento foi o grande número de ex-votos, registados no Livro de Obras do triénio 1690-1693: Fizeram-se quarenta e dous quadros de milagres de Nossa Senhora (5), sendo o mais antigo actualmente existente de 1660.
Também o suporte material do Santuário foi assegurado durante séculos pelos devotos de todas as partes de Portugal e do mundo. Uma lista de subscritores, organizada no Rio de Janeiro por Armindo Carneiro Fernandes, bourense aí residente, e publicada em 1960, inclui muitas dezenas de pessoas naturais das mais diversas regiões de Portugal, desde o Norte até ao Algarve e Açores. O livro regista igualmente doações vindas de Angola e do Brasil.
As peregrinações ao Santuário centralizam-se em Agosto, com as festividades à volta do dia 15 de Agosto, festa de Nossa Senhora da Assunção. Esta grandiosa romaria atrai milhares de pessoas – romeiros, peregrinos, visitantes – de terras muito longínquas, ao Santuário da Abadia.
A imagem de Nossa Senhora da Abadia, no Bouro, não é a primitiva. A actual, possivelmente do século XIV, de grande valor, é uma imagem esculpida em pedra. A Virgem está representada de pé, com o manto sobre a cabeça e sustenta o Menino, no braço esquerdo. A Virgem tem um coto de uma flor na mão direita. O Menino segura na mão esquerda uma pomba.
Nossa Senhora da Abadia é celebrada a 15 de Agosto, Festa da Assunção, invocação titular frequente das abadias cistercienses, de que este Santuário dependeu durante séculos.
Em Maio, realiza-se a peregrinação arciprestal, uma das mais simbólicas peregrinações do concelho de Amares e de todo o Minho, com a imagem peregrina da Senhora da Abadia, partindo do Mosteiro de Santa Maria do Bouro e subindo a encosta até ao Santuário.
- COSTA, António Carvalho da, Corografia Portuguesa, Tomo 1,Lisboa, na Offficina de Valentim da Costa Deslandes, 1706, p. 258
- SÃO TOMÁS, Frei Leão de, Beneditina Lusitana, Tomo 2, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1974, pp 84-89
- FERNANDES, Fernando, Da Abadia ao Brasil, Boletim Cultural de Amares, nº 2, Amares, Dez, 2020, p.21
- BRITO, Frei Bernardo de, Primeira Parte da Chronica De Cister, em Lisboa por Pedro Crasbeek, 1602, p. 302
- FERRO, Paulo, Obras e gastos no Santuário da Abadia no triénio de 1690 a 1693, A Voz da Abadia, de 14 de Novembro de 1985, p.4
REFERÊNCIAS
- SANTA MARIA, Agostinho de, Santuário Mariano (…), Tomo 4.º, Lisboa na Officina de António Pedrozo Galram, 1712
- CUNHA, Arlindo Ribeiro da, Senhora da Abadia. Barcelos: Tipografia Vitória, 1951
- SILVA, Domingos M. da, Monografia do Concelho de Amares, Entre Homem e Cávado, II Volume, Amares, [S.n.], 1959
- A Voz da Abadia, Ano I, Nº 15, 8 de Agosto de 1985; nº 17, 12 de Setembro de 1985; nº Ano III, nº 56, 30 de Abril de 1987; Ano 1, nº 21, 14 de Novembro de 1985
- ANDRADE, José António Arantes de, O Santuário da Senhora da Abadia, Santuários Marianos, Braga e Viana do Castelo, Theologica, 2ªSérie,1994, pp 239-253
- FERNANDES, Fernando, Da Abadia ao Brasil, Boletim Cultural de Amares, nº 2, Amares, Dezembro, 2020
FOTOGRAFIA
- MANUEL MENESES
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